sábado, 22 de junho de 2013

Eu também vou reclamar!!

   Então, Raul Seixas cantava: "Eu vou tirar / Meu pé da estrada / E vou entrar também / Nessa jogada / E vamos ver agora / Quem é que vai güentar ... / Mas agora eu também resolvi / Dar uma queixadinha / Porque eu sou um rapaz / Latino-americano / Que também sabe se lamentar... " , assim como em "Ouro de Tolo" : "É você olhar no espelho / Se sentir Um grandessíssimo idiota / Saber que é humano / Ridículo, limitado / Que só usa dez por cento / De sua cabeça animal... / E você ainda acredita / Que é um doutor / Padre ou policial / Que está contribuindo / Com sua parte / Para o nosso belo / Quadro social... / Eu que não me sento / No trono de um apartamento / Com a boca escancarada / Cheia de dentes / Esperando a morte chegar... " 
     E, com base nessas músicas, me pergunto: quem somos nós ? Qual parte estamos fazendo para que nossos diretos sejam garantidos ? Acredito que Raul Seixas estaria satisfeito vendo o Brasil sair do seu comodismo social e indo às ruas lutar e abrir a boca , literalmente, para falar, cantar, perguntar Que País É Esse em que estamos vivendo ? Ou melhor, estávamos? Um Brasil político demais que precisa de manifestos, lamentos, cartazes para acordar à realidade ? Sim, que precisava do silêncio. Silêncio , principalmente, de quem acha que não deve cobrar do paternalismo.                "A Bolsa Família te sustenta, por que você se queixa ?" 
     Vamos lamentar !!! Vamos à rua!!! Ontem , na manifestação em Petrópolis, cartazes sobre a valorização errada que é dada aos ídolos do futebol . E o Pelé é ídolo, e o Ronaldinho é ídolo, e a Dilma é "a  presidenta" , e Romário é político, e.... o que mais me impressiona é a capacidade com que questionam e posicionam suas palavras ao falar de nós. Literalmente, acredito que somos, nós, o povo, os mais bem preparados a falar sobre nossas próprias realidades. Mas falar pra quem ? Pra quem já tem o poder do dinheiro, da decisão, das leis , .... , nas mãos ? Então, a Dilma reúne emergencialmente os ministros para uma reunião pois o povo resolveu questioná-la. O povo que o governo queria quieto, silencioso.... aceitando, acatando.... . 
     "Eu presto atenção ao que eles dizem, mas eles não dizem nada Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada / Toda forma de conduta se transforma numa luta armada (Uoh Uoh)" (Engenheiros do Havaí) . 
     Sendo assim, se não ouvimos algo importante, só nos resta dizer! Agora é a hora de falar! De dizer o que realmente precisamos. Daquilo que nos é próprio, o que nós, realmente, conhecemos como nossa realidade social, o que nos alegra, o que nos entristece e empobrece. Sem precisar ouvir alguma coisa inteligente, devemos ser nós, aqueles que melhor falam! Ninguém sabe melhor o que precisamos, do que nós mesmos! Sem medo de ser feliz!! Sem sentar no trono esperando a morte chegar! Cartazes, lamentos, vamos fazer da nossa cidade, um mural constante de avisos !! Essa luta não deve parar!! 
     
      

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