quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Eu, meu big brother



 
   Seria você ou eu, o próximo escolhido ao paredão? Por afinidade ou força? Qual critério mais inteligente e estratégico levaria um de nós a ser eliminado de um grupo do qual fazemos parte em nosso dia a dia?  Somos amados ou temidos?
    Talvez o participante Dhomini saiba a resposta para essas perguntas, estando mais forte nessa edição do programa Big Brother Brasil. Ainda mais porque vem fortalecido pela leitura que faz, dentro da casa, dos pensamentos de Robert Greene no livro “As 48 leis do poder”. E uma das citações que me chamam atenção nesse livro, é a de Maquiavel: “é melhor ser temido que ser amado”. Por que ela é tão significativa?
   Penso que num jogo de estratégia como é esse reality show, o objetivo é chegar ao último dia, saindo de lá com o prêmio máximo em dinheiro e todo o glamour oferecido pela mídia. Apenas um jogo real, uma representação dos jogos de tabuleiros que muitos de nós jogávamos quando era criança. Lembro-me de LUDO. Contávamos com a sorte dos dados para direcionar a quantidade de casas que iríamos andar com nosso peão, mas precisávamos analisar o tabuleiro a fim de administrar bem todos os movimentos que faríamos. Assim como WAR, o jogo da guerra. Se você não eliminar, será eliminado. Sendo que a grande diferença e o que justamente nos causa euforia no BBB é justamente o fato de estarmos de fora, observando e refletindo, mesmo que indiretamente, como seriam nossas atitudes como jogadores.
   “O objetivo da guerra é a paz” por Sun Tzu em “A arte da guerra”.
    Voltando à pergunta inicial desse meu artigo, considero um jogo de estratégia, cada momento de nossa vida diária. O ambiente de trabalho é um grande e fabuloso Big Brother. Se não soubermos administrar a convivência com nosso grupo e houvesse um paredão semanal, estaríamos sujeitos a ter que indicar ou sermos indicados à eliminação. É necessário sabedoria para  guerrear no sentido de ter que conviver e administrar o contato com as outras pessoas, exatamente no mesmo objetivo da paz e da conquista da satisfação do cliente, da realização do objeto construído por aquele estabelecimento, das resoluções do escritório, enfim, de tudo o que cada grupo tem a oferecer ao mundo.
   E quanto a ser amado ou temido, a primeira eliminada do programa, a jogadora Aline, talvez tenha falhado por não saber controlar o que pensa. Justamente como consta no livro citado de Robert Greene, quando ele disserta: “As pessoas na sua maioria são como um livro aberto. Elas dizem o que sentem, não perdem oportunidade de deixar escapar opiniões e, constantemente, revelam seus planos e intenções. Elas fazem isso por vários motivos. Primeiro, é fácil e natural querer sempre falar dos próprios sentimentos e planos para o futuro. É difícil controlar a língua e monitorar o que se revela. Segundo, muitos acreditam que sendo honestos e francos estão conquistando o coração das pessoas e mostrando a sua boa índole. A honestidade  é na verdade uma faca sem fio, mais sangra do que corta” .
    E sangra muito, se não soubermos administrar a dosagem com a qual a lançaremos em relação às outras pessoas. É uma questão de discernimento, saber perceber o efeito que nossas palavras e atitudes terão sobre o nosso alvo. Por isso, saber jogar o melhor e mais interessante jogo, que é a VIDA, é garantir o sucesso de nossa índole, conquistando nosso espaço e nos aprimorando. Mas para isso, estrategicamente administrar nossas atitudes, observando o grupo, sabendo ceder na hora certa, procurando aprender mais que ensinar, enfim, interagir com o que a vida nos oferece e sobre o qual não temos controle, que é a força regente da natureza superior a nós e dessa forma, construir a nossa melhor existência.
   Fica a sugestão para esses livros “A arte da guerra” e “As 48 leis do poder”, ressaltando que o objetivo da leitura é apenas o aprimoramento pessoal. Inclusive, o clássico “O pequeno príncipe” contém muito do que Sun Tzu ensina sobre as ordens de um coronel em relação ao seu exército. Conceitos que podem e são utilizados por grandes líderes e administradores de empresas.
   Sendo assim, sejamos sempre nossos grandes e melhores irmãos. Observados e admirados, em primeiro lugar, por nós mesmos, tendo como nosso maior inimigo, a nossa própria índole. Sejamos sempre vigilantes para que esse adversário tão cruel não nos elimine na primeira semana de estreia em grupos novos. Estejamos atentos aos dados lançados e às escolhas que devemos tomar em relação à quantidade e qualidade dos passos que temos à nossa disposição para serem utilizados. Que o poder da nossa personalidade esteja sempre a favor de uma vida saudável, harmônica e assim, pacífica.